september's rain

E a chuva realmente veio
não da forma como gostaríamos que viesse
não de modo aceitável e afável
veio intensa,brusca como só ela é capaz
daqui pra frente ou haverão calores dos infernos ou chuvas catastróficas
E a chuva realmente veio pra decorar paisagens,destruir casas
fazer algumas vítimas e reabrir feridas
fazer-me cutucá-las a fundo
dói e como eu sei e como eu gosto
jogando minha casa abaixo
fazendo-me viva!
Mais uma vez,uma única vez e não mais as abrirei.

Quem?

Quem é essa quem tem embutida em si mais contradições do que certezas absolutas?
Quem é essa que se atreve a dizer tudo que pensa independente do que vão pensar e de quem vai ferir?
Essa que tão dificilmente se apega e tão facilmente joga no lixo
Essa que não se importa com a leviana vida do outro,justamente por saber que nada a acrescentará ao se importar
Quem é essa que só se importa com o que a acrescenta?
Quem é essa que não perde seu tempo com coisas e pessoas vis?
Essa que se apega tanto a seus ideais que é capaz de defendê-los com as melhores armas
Essa que apesar de sofrer uma queda ainda considera o que há de bom nela
Quem é essa que se inspira nos personagens mais improváveis,aqueles condenáveis?
Quem é essa que se torna mais forte a cada dose cavalar de ódio?
Essa que praticamente não chama atenção e até prefere que seja assim
Essa que encontra na escrita sua liberdade incondicional
Essa que pode ser chamada de egoísta pelo simples fato de se doar apenas a quem vale a pena
Essa que apesar da friezas iniciais,esbanjará depois os sorrisos mais banais
Essa caracterizada por na maioria das vezes estar com o humor limão
Essa que preza pelos amigos mais distintos,os mais excêntricos,as melhores conversas
Essa determinada a chegar sempre em primeiro lugar e mesmo ao se frustar,sabe que já ganhou
Essa que é capaz de chorar pela maldita injustiça social e de se odiar por apenas chorar e não agir Essa que desacredita no eterno e aprecia o efêmero por saber que o último é mais intenso
Quem é essa que teve que aprender da pior forma que o sempre e o nunca não existem?
Quem é essa que não dá facilmente o braço a torcer,que sente o orgulho a corroer mas até gosta?Essa que tem profundo desdém por rótulos e está constantemente a burlá-los
Essa que não se satisfaz com os tipos fáceis,ultrasociáveis e sorrisos descartáveis sem-motivos
Essa que sente prazer,gosto e facilidade pela crítica,ainda que sem embasamento
Essa cujo tamanho ceticismo chega até a doer,que precisa ver e saber para crer
Quem é essa que se apega ao que é não carece de viver de aparências?
Quem é essa que aprecia os riscos e sente necessidade de aprender?
Afinal,quem é essa pessoa cheia de pontos de interrogações afirmativos?

Ela é a própria interrogação,ela tem 17 anos,praticamente uma sub-criança,uma quase-velha.Cheia de certezas incertas e palavras combinadas.Ela prefere os cafés amargos.Acha que sabe bastante mas não sabe é quase nada..da vida ela não sabe nada.Ou muito pouco,mas um pouco já necessário para caminhar.E caminhar embora pareça,não é um exercício qualquer,não depende apenas de suas pernas,depende do que você sabe,de quem você é..

Joga água,oww daí de cima!!

Mais um domingo em minha vida,extremamente inútil.Ignorei todas as coisas importantes a fazer,com um calor dos infernos,comi feito um javali e pra completar estou comendo pipoca escrevendo aqui.Final de semana broxante.Não me sinto nada satisfeita,porque não aguento ficar parada inutilmente,sim porque com esse calor não é possível nem dormir pra passar o tempo.Semana de provas batendo á porta amanhã e eu com a garganta na forca porque logo no primeiro dia a prova é de Matemática,matéria que eu simplesmente já assassinei nesse bimestre.Assuntos cotidianos e idiotas á parte,na hora eu sempre me viro,sempre de última hora.(mastigadas...mastigadas..)
Hoje li alguns versos de Bertol Brecht e se a escrita de alguém realmente reflete o que ela é,posso dizer que o cara era bem cético e pessimista mesmo,afinal ele viveu num período entre guerras e tal.Gosto de ceticismo,sempre mostra um ponto de vista diferente.Sou do tipo que questiona,que levanta hipóteses que não acredita tão facilmente e ao contrário do que muitos dizem,não me faz mal de jeito nenhum,gosto de ser assim,sou um eterno ponto de interrogação.
Então,domingo né,em casa ainda por cima,inevitável ignorar minha mãe me chamando pra ver uma matéria sobre Sucuris no Domingão do Faustão.Ah, Sucuris á parte,a matéria até foi boa e interessante,mas quero focar aqui nessa dinastia de programas de domingo que parecem que nunca vão acabar.Poxa,essas coisas do tipo "Domingão","Domingo do Gugu" ou ainda o do tal Raul Gil já existem há tanto tempo que a impressão que tenho é que o público vai ser eternamente condenado á essa mesmice.Sempre as mesmas danças,os mesmos apresentadores,os mesmos quadros,os mesmos choros,os mesmos issos,os mesmos aquilos.Santa paciência,é importante mudar,é necessário,fazer o ciclo rodar e renovar, e a TV brasileira segue há anos com a mesma programação entre tentativas fracassadas de inovar.Nesse caso penso que uma radicalização seria inevitável,ou seja,tirar essas coisas do ar.Não gosto mesmo.

E aqui entre textos pobres,comilanças e temperaturas altas meu domingo vai indo embora e eu com a esperança de que a semana seja boa.Pra qualquer efeito,é bom ir dormir cedo pra acordar bem disposta.

A propósito,sábado assisti "Nacho Libre" e poxa vida como eu ri,que filme bem feito,que humor bobo.Toscoshow puro.E Jack Black sempre me impressiona em suas atuações,de tão bom ator ele é capaz de transformar o universo de um filme,como é esse "Nacho Libre".O outro carinha (vou pesquisar o nome dele) também é muito bom,muito mesmo.Pago muito pau pra quem atua tão bem.Foda.

Zumbi falante

Iniciozinho de madrugada de sábado pra domingo,eu perdendo meu valioso tempo aqui em frente a um computador,interligada no mundo inteiro através de uma rede chamada Internet.Não faz muito tempo que a Internet tornou-se popular e acessível a maioria das massas e hoje ela simplesmente ocupa o tempo de muitos nós,alguns que pesquisam,outros que "fuçam",mais uns que assistem,outros ali que se comunicam e ainda outros que escrevem.

Não sei porque começei a falar da Internet se incialmente o que queria dizer mesmo é que nessa madrugada eu estou aqui cheia de idéias e pensamentos quase sempre loucos que me renderiam bons textos,mas simplesmente me sinto incapaz de idealizar isso.E é aqui que encontro minha ruína,pois grande parte do meu eu é a identificação com a escrita e quando ela não acontecesse,sinto como se não fosse eu.

Preciso mais é me desligar desse "compromisso" diário com a Internet e me dedicar a coisas que realmente me acrescentaram algo.Como fazer isso Paloma? Amanhã eu encontro a melhor fórmula,porque agora vou dormir!

Aliás,dormir é outro assunto que cabe nessa pauta de "coisas importantes que não tenho feito".Tenho dormido cerca de 5 horas diárias e isso está me consumindo e até percebo,mas ignoro. Não é bom,não..não...Precisa mudar!

Mais um meio de expressão delimitada

Pois é,como será isso? Mais um meio de comunicação em minha vida.Preciso mesmo disso?

Uma idéia surgida inesperadamente,apenas pelo prazer de sentir o gostinho disso aqui.Então vamos.Na falta de algo melhor a escrever,mando as palavras de uma pessoa que escreveu pra mim.

"Liberdade é pouco... O que eu desejo ainda não tem nome!"

(Clarice Lispector)